Sintomas como preocupação excessiva, dificuldade de concentração, distúrbios do sono, palpitações, tonturas, taquicardia e dificuldade de aprendizagem fazem parte do dia a dia de quem foi diagnosticado com transtorno de ansiedade.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que em 2019, 18,6 milhões de brasileiros tinham ansiedade patológica, representando aproximadamente 9,3% da população geral. Excesso de horas de trabalho, instabilidade financeira, altas taxas de desemprego, violência, poucas perspectivas futuras de melhores condições de vida, dificuldades de acesso aos serviços de saúde, incluindo-se os de saúde mental e cobranças nas redes sociais, onde as pessoas passam a maior parte do tempo, geram situações estressantes como medos, angústias, preocupações e desesperança.
De acordo com Maria Teresa de Almeida Fernandez, psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Santa Marcelina, a ansiedade é definida como um estado de apreensão ou antecipação de perigos ou eventos futuros desfavoráveis, acompanhado por um sentimento de preocupação, desconforto, ou sintomas somáticos de tensão. “Considera-se ansiedade patológica quando resulta em sofrimento ou prejuízo funcional, importantes na vida da pessoa”, explica.
A seguir, a psicóloga fala mais sobre o transtorno de ansiedade que pode afetar a saúde física e mental.
Como identificar a ansiedade?
Os sintomas do transtorno de ansiedade variam na população em geral. A ansiedade pode ser dividida em normal ou patológica. A ansiedade normal faz parte do nosso cotidiano, nos impulsionam na realização de nossas atividades, ainda que muitas vezes, possam se apresentar de maneira estressantes. Os sintomas, neste caso, podem desaparecer em algumas horas ou dias de acordo com as características do estímulo estressor, por exemplo: podemos apresentar ansiedade diante de uma prova ou entrevista de emprego que tenderá a diminuir depois do evento. A ansiedade é considerada patológica quando interfere na nossa rotina diária nos impedindo de concluir nossos compromissos e trazendo sofrimento psíquico, se manifesta como um pensamento recorrente em relação ao perigo e fracasso prejudicando o desempenho em várias esferas da vida como no trabalho, nas relações afetivas, relacionamentos interpessoais e na qualidade de vida.
Todas as pessoas estão propensas a desenvolver a ansiedade?
Todos nós temos ansiedade, em maior ou menor grau, é o que nos impulsiona para a realização de nossos objetivos. Quando a ansiedade se caracteriza pela preocupação excessiva e generalizada sem motivo aparente, prejudicando a qualidade de vida, identificamos um transtorno de ansiedade que poderá afetar a saúde mental da pessoa.
Ansiedade tem cura?
Os transtornos de ansiedade não têm cura, mas têm tratamentos. Alguns pacientes com o tratamento não voltam a ter crises, outros podem apresentar várias crises ao longo da vida. Os medicamentos e a psicoterapia têm sido primordiais nesses casos.
Quais os tratamentos indicados para pessoas com ansiedade?
O tratamento medicamentoso e a psicoterapia cognitivo – comportamental são os mais indicados para o tratamento da ansiedade. Junta-se a eles técnicas de relaxamento e meditação, prática de esportes e atividades de lazer que proporcionem qualidade de vida e felicidade.
Como evitar a ansiedade?
Procure trabalhar com prioridades no dia a dia, concentre-se no momento presente, sono regular, faça atividades físicas, alimente-se com qualidade, valorize os momentos de lazer.
Qual a diferença de ansiedade e depressão?
A ansiedade se caracteriza por uma preocupação constante e patológica e a depressão por tristeza intensa e constante, a pessoa não sente mais prazer nas coisas que fazia antes, apresenta sentimento de incapacidade e desesperança. Os transtornos da ansiedade e depressão podem afetar a saúde física e mental. A ansiedade pode desencadear outros transtornos mentais incluindo-se a depressão.