A escrita ajudou a autora catarinense Alessandra R. de M. Souza a superar uma fase difícil da vida: a dor de uma traição. Foi assim, e com outras referências da literatura e da música, que nasceu seu terceiro livro Perversa Baunilha, seu primeiro suspense no universo literário.
A obra traz personagens humanos, com problemas, fraquezas e dilemas reais, justamente para ajudar os leitores que passam por situações semelhantes. Confira na íntegra as respostas da autora sobre tudo o que envolve a obra:
1. “Perversa Baunilha” retrata a busca de um homem por uma mulher que pode ser o amor da vida dele, mas ele não se recorda de nada além de seu perfume. O que a levou a escrever essa história?
Alessandra R. de M. Souza: Nas entrelinhas esta história é um alerta para algo frequente que vemos nos dias de hoje: a busca incessante por uma paixão arrebatadora e idealizada, quando na verdade o amor real e verdadeiro pode estar bem diante de nossos olhos. E esta percepção de um problema comum despertou em mim a vontade de, através da ficção, precaver quanto aos perigos que a fuga da realidade pode nos expor.
2. Você já escreveu outros dois livros, mas “Perversa Baunilha” é o primeiro de suspense e mistério policial. Como foi escrever um novo gênero e tão diferente do que estava acostumada?
A.S.: Um desafio muito gratificante. Lembro de quando li pela primeira vez um suspense, descrente de que palavras poderiam causar sensações de surpresa e medo. Terminei a leitura boquiaberta, pois não conseguia entender como meras páginas eram capazes de emergir sentimentos tão reais, ainda mais vívidos do que aqueles retratados por telas de cinema. Escrever um suspense é uma grande responsabilidade e requer um pouco mais de experiência, afinal é fundamental que o leitor esteja envolto na trama para que seus objetivos sejam efetivos, e você nunca sabe se os artifícios que está usando são o suficiente. Pensei que jamais chegaria a tal nível. Porém, quando a inspiração bateu à porta, não hesitei em aproveitá-la. E parece que deu super certo, afinal, recebo feedbacks frequentes de leitores relatando o quanto gostaram da obra, o quanto ela foi impactante.
3. Um de seus principais objetivos enquanto escritora é traduzir a vida por meio de palavras. Como “Perversa Baunilha” se aproxima da realidade?
A.S.: É uma obra que trata sobre problemas que enfrentamos desde o início da vida humana: as mazelas dos relacionamentos. “Perversa Baunilha” traz personagens humanos, com problemas, fraquezas e dilemas reais. Para ser mais específico, este livro aborta temas como traição, dificuldade de perdão, relacionamentos tóxicos e imaturidade.
4. O enredo também trata de traição e da importância de lutar pelo amor. Por que você decidiu trabalhar com esses temas? Como eles se conectam com você, vivências e como podem impactar nos leitores?
A.S.: Nunca escrevo apenas pautada em sentimentos, mas também em razão. Em todos os meus livros sempre aproveitei para ensinar tudo que aprendo através do entretenimento, tornando assim as coisas mais fáceis de serem abordadas. Em “Perversa Baunilha” não foi diferente, passei por momentos em que tive que lidar com a dor da traição e descobri que era mais dolorosa do que eu imaginava e que, diferente do que supus, perdoar também não era nada fácil. Quando finalmente encontrei o melhor caminho para superar essa fase difícil e o que era realmente o amor real decidi colocar tudo no papel para que ajudasse também outras pessoas.
5. Quais foram suas principais inspirações para a escrita do livro?
A.S.: Estava passando por um momento difícil e o livro “Garota Exemplar” de “Gillian Flynn” me fez olhar tudo com uma perspectiva diferente e me ajudou a organizar as ideias em uma história totalmente original. Quando isso aconteceu tocava na rádio a clássica música “Boate Azul”, retratando um cenário parecido com o aquele que já imaginava para o livro. Prestando mais atenção na música, surgiram questionamentos sobre como seria se e o homem da canção decidisse descobrir quem era a “dama da noite” que conheceu no bar. Mas a maior inspiração vem da minha vida, o segredo para que o livro seja tão especial.
6. O que podemos esperar para seu futuro enquanto escritora? Há planos de novas publicações?
A.S.: Com certeza, costumo brincar que só vou largar a caneta quando eu morrer. Há mais dois livros sendo preparados para o ano de 2023 e muitos outros projetos para o futuro. Quero não só escrever, como também aperfeiçoar cada vez mais essa habilidade para entregar sempre um trabalho melhor que o anterior.
Sobre a autora: Alessandra R. de M. Souza se apaixonou pela literatura desde muito cedo. Aos seis anos pegava para ler o primeiro clássico da estante da mãe, e claro, não entendeu nada sozinha; mas esse foi o início de sua estreita relação com a literatura. Mais tarde, já com onze anos, o anseio em criar suas próprias histórias ganhou força e, inspirada por grandes autores encheu muitas páginas com devaneios dramáticos. Foi, aos quatorze anos, que os poemas entraram em sua vida, a era do romantismo fisgou seu coração e a impulsionou também a escrever. Atualmente, com três livros e uma antologia lançados, Alessandra garante que a caneta jamais sairá de suas mãos.
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