Uma pesquisa da Forum Hub – plataforma online de aconselhamento jurídico para pessoas e empresas – revelou que 67% dos brasileiros que já enfrentaram algum tipo de problema com voos e cancelamentos não tiveram nenhum tipo de reparação financeira, mesmo após insistir com as companhias aéreas.
O levantamento, realizado no final de 2022 com 401 pessoas, traçou um raio-x dos principais problemas que os passageiros brasileiros enfrentam durante as viagens. De acordo com os números, o avião ainda é o meio de transporte preferido para viajar , com 59% da preferência, seguido pelo automóvel (30%).
O problema é que nenhuma das três principais companhias aéreas do Brasil – Latam, Gol e Azul – fornece reembolso ou indenização voluntariamente em casos de problemas nos voos. “Com isso, a única forma de resolução das queixas é pela via judicial, gerando dor de cabeça para as pessoas”, afirma o advogado Alisson Santos, cofundador da Forum Hub.
Segundo a pesquisa, a Gol é a companhia que menos reembolsa ou indeniza os consumidores: 82% dos que já viajaram com a empresa não receberam reparação financeira por problemas de atraso e cancelamento. Atrás, aparecem a Latam (76%) e a Azul (64%).
Como apenas 6% dos passageiros vão à justiça, as empresas se aproveitam desse comportamento pouco litigante para não ter de arcar com os custos e inconvenientes resultantes de suas falhas operacionais ou mesmo tomem medidas mais drásticas para aprimorar os serviços e reduzir falhas.
Problemas em conexões
A Forum Hub também identificou que um em cada dez brasileiros (9,7%) que viajam de avião tem problemas de atraso com suas bagagens em conexão. “As conexões envolvem uma operação logística que dá espaço para esse tipo de falha operacional. Muitas vezes é dado pouco tempo para a pessoa fazer a conexão, e se nesse meio tempo a bagagem demora para ser entregue, ela corre o risco de perder a segunda etapa do voo”, comenta Santos.
A pesquisa Baggage IT Insights 2022, realizada pela Sita, empresa de tecnologia do setor aéreo, apontou que, com o aumento nos voos de longo curso com conexões em 2021, a taxa de malas atrasadas aumentou para 41% globalmente, um salto de quatro pontos percentuais em relação a 2020.
Apenas no terceiro trimestre de 2022, de acordo com os dados mais recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mais de 22 mil reclamações foram registradas por consumidores em relação às companhias aéreas.